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sábado, 22 de janeiro de 2011

Nietzsche e a Ética Cristã


Numa passagem famosa em Sabedoria Alegre, Nietzsche escreve acerca do homem moderno: " 'Para onde foi Deus? exclamou. Pretendo contar-lhe! Nós o matamos, — você e eu! Nós todos somos seus assassinos!... Não ouvimos o som dos coveiros que estão enterrando a Deus? Não cheiramos a putrefação divina? — porque até os Deuses apodrecem! Deus está morto! Deus permanece morto! E nós O matamos!" No seu bem-conhecido livro: Assim Falou Zaratustra, Nietzsche exortou: "Rogo-vos, meus irmãos, permanecei fiéis à terra, e não acrediteis naqueles que vos falam de esperanças noutros mundos!. .. Anteriormente, o pecado contra Deus era o maior pecado; mas Deus morreu, e estes pecadores morreram com Ele. Pecar contra a terra agora é a coisa mais horrorosa.. , Se Nietzsche queria dizer que um Deus que certa vez realmente vivia agora realmente morrera (conforme acredita Thomas Altizer), ou se queria dizer que Deus morrera culturalmente sendo que o homem moderno já não crê nEle24, ou seja o que for; o resultado ético final é o mesmo: viz., Deus e todos os valores tradicionais caíram.
Nietzsche denominava a si mesmo de "o primeiro imoralista" que desejava passar além de toda a moralidade tradicional assim como a química passou além da alquimia, e a astronomia além da astrologia.25 Até mesmo princípios éticos muito gerais, tais como: "Não fira homem algum, pelo contrário, ajude a todos os homens na medida da sua capacidade," são questionados por Nietzsche. "Em resumo: os deveres morais também são apenas uma linguagem simbólica das paixões... "26 A moralidade cristã do amor altruísta é selecionada para um ataque especial por Nietzsche. "O que? Alega-se que um ato de amor é 'não-egoísta'? Ora, seus idiotas... 'O que se diz de louvar aquele que sacrifica a si mesmo?" Porque "cada moralidade altruísta que se toma por absoluta e procura aplicar-se a todos, peca não somente contra o bom gosto, mas faz algo pior: é um incentivo aos pecados da omissão."27 Realmente, Nietzsche reserva suas palavras mais amargas para a ética cristã. Em Ecce Homo escreveu: "A moralidade cristã é a forma mais maligna de toda a falsidade.. . É realmente venenosa, decadente, debilitante. Produz simplórios, e não homens." Acrescenta noutro trecho: "Condeno o cristianismo e o confronto com a mais terrível acusação que um acusador já teve na sua boca. Na minha opinião é a maior corrupção da qual se pode conceber. .. Chamo-o de a única mancha imortal da raça humana."
A acusação principal de Nietzsche contra a ética cristã é que é uma moralidade de fraqueza. "Desde o próprio início, a fé cristã é um sacrifício: o sacrifício de toda a liberdade, de todo orgulho, de toda a auto-confiança da mente; ao mesmo tempo, é servidão, zombaria de si mesmo e auto-mutilação." Segundo Nietzsche: " Torne-se medíocre!' agora é a única moralidade que faz sentido, que acha ouvidos para ouvir."29 E no centro desta moralidade da mediocridade há o conceito cristão do amor. " 'A compaixão para todos' importaria em rigor e tirania para você, meu caro vizinho!" exclama ele. Além disto, diz: "amar a humanidade por amor a Deus tem sido, até agora, o sentimento mais distinto e forçado que a humanidade tem galgado."
Esta ética do amor, conforme é personificada na vida de Cristo, é "um dos exemplos mais dolorosos do martírio que advém de conhecer acerca do amor." É o fim trágico de uma ética da fraqueza inspirada pelo amor, que tem urgente necessidade de transvalorização. "Jesus disse para seus judeus," escreveu Nietzsche, "Amem a Deus, conforme eu o amo, amem-no como um filho ama. O que é que nós, os filhos de Deus, nos importamos com a moralidade?" Deus está morto, Jesus está morto, e a moralidade cristã está morta. "Talvez um dia os conceitos morais acerca dos quais mais lutávamos e sofríamos, os conceitos de 'Deus' e do 'pecado' não nos parecerão mais importantes do que o brinquedo da criança ou a tristeza da criança parece a um velho."
Não somente Nietzsche procurava rejeitar todo o valor tradicional e desejava reavaliá-lo mediante a recriação dos valores radicais do individualista robusto, como também rejeitava enfaticamente todos os valores absolutos de modo total. "Repetirei uma centena de vezes," escreveu ele, "que a 'certeza imediata' bem como o 'conhecimento absoluto' e a 'coisa em si mesma' são todas contradições em termos." Tanto a verdade como o valor estão numa escala deslizante sem qualquer padrão absoluto. "O que nos força." Nietzsche pergunta, "a pressupor dalgum modo que haja uma diferença essencial entre 'verdadeiro' e 'falso'? Não é suficiente supor níveis de semelhança, sombras e tons mais claros e escuros de semelhança, por assim dizer, "valores' diferentes, do modo que o pintor usa o termo?"  
Trecho do Livro Ética Cristã NormanGeisler


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