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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

As construções coloniais do sertão e do litoral: Origens, diferenças básicas e similaridades.

O texto de Geronazzo nos mostra o contraste cultural, econômico e social da ocupação portuguesa, no litoral e no sertão, que resultou na formação do povo brasileiro através de movimentos migratórios resultantes da necessidade do governo português de explorar economicamente as novas terras, a autora vai discorrer sobre as diferenças arquitetônicas a partir da economia do Brasil colonial.
Conforme a autora alguns fatores favoráveis fizeram com que houvesse um maior desenvolvimento do litoral em relação ao sertão, uma delas é que havia uma demanda na Europa por açúcar, um mercado em formação dominado pelos Holandeses, o chamado ouro branco, estava ali para ser explorado, e Portugal logo se lançou na monocultura da cana-de-açúcar, encontrando clima e solo favoráveis ao plantio e refinamento do produto. Devido a abundancia de terras se desenvolveu o latifúndio com a agilidade e facilidade de produção que era permitida no latifúndio, se desenvolveu outra atividade econômica, a pecuária, que era usando como força motriz para o engenho e atividades referente, como também utilizado como fonte de alimentação para a população local. Alguns fatores fizeram com que essas duas atividades tomassem rumos diferentes, o primeiro fator foi que a pecuária que no inicio coexistia com a lavoura da cana de açúcar no latifúndio, passou a ocupar grandes faixas de terras para pastos, que gerou o segundo fator que foi econômico, essa atividade se tornou inviável dentro do latifúndio. A separação dessas duas atividades segundo a autora iria modificar os padrões da sociedade colonial formando assim dois estilos de arquitetura diferentes. Como se observa a ocupação do sertão ocorreu lentamente pela necessidade de se acomodar a pecuária, advindo com isso movimentos migratórios semelhantes ao ocorridos na região sudeste pelos bandeirantes paulistas. Enquanto a elite canavieira se fixava nos litoral, com seu modo de vida refinado, com um grau de cultura elevado, o criador de gado contrastando com esse modo de vida eram bastante simples e rústico e necessitava de pouco capital para entrar nessa atividade e tinha um mercado garantido, pois na colônia de monocultura precisava de uma alimentação diversificada e a pecuária iria fornecer carne, leite e seus derivados. Enquanto as construções do litoral tinham uma exigência por matérias primas mais duradora e uma mão de obra especializada, as construções do sertão eram simples para acomodar o dono da fazenda e seus vaqueiros.
Um fato bem observado pela autora foi à diferença social dentro das distintas sociedades, a relação entre patrão e empregado, dentro do latifúndio canavieiro seguia o molde europeu, os patrões não tinham contato direto com seus empregados ou escravos, enquanto no sertão não tão rígido e menos cultural se tinha uma relação bastante igualitária em que os patrões alugavam latifúndios para seus vassalos dentro da fazenda. Essa diferença cabe destaque entre o modo de vida dos senhores de engenho e simplicidade dos pecuaristas.
A autora destaca também a formação das cidades sertanejas, através das rotas comercias utilizada pela pecuária. Citando Manuel Correia de Andrade, a autora nos leva a entender que podemos visualizar melhor o Brasil dos tempos coloniais estudando essas duas atividades econômicas distintas. O estilo de vida de suas populações, a arquitetura de suas casas, no litoral o engenho com suas grandes casas, e o sertão com suas fazendas de gado, com casas típicas de vaqueiros.
Essas construções tanto no litoral quanto no sertão tem um estilo próprio segundo Manuel Correia de Andrade, com plantas regulares, alçados, pequenos saguão, recorte de madeira, treliças de resguardo, caixilarias envidraçadas e beirais corridos. Essas construções eram bastante comuns na península ibérica nas margens do mediterrâneo, convém destacar que os índios antes dos portugueses tinham construções parecidas com essas.
Com o passar do tempo as técnicas de construções fora aprimorada, para haver uma maior durabilidade, as primeiras igrejas foram construídas usando essas técnicas aprimoradas. O uso de materiais mais duradouros como o granito, era freqüente no litoral, com casas com torres que os proprietários eram obrigados a construir pelo governador Tomé de Souza. A evolução arquitetônica do Brasil ganhou mais um elemento que iria modificar mais ainda as construções que seria o tijolo trazido pela ocupação holandesa de Recife entre 1630 e 1654, como se ver as matérias foram variando, mas o método de construção pouco se modificou. Um exemplo da melhoria das matérias primas é destacado pela autora na construção das capelas e igrejas, até mesmo mais substancial do que nas casas dos senhores de engenho.
O cenário sertanejo pouco se modificou, a casa da fazendo foi acrescentada um alpendre, que mais tarde se ver o uso de colunas nesse alpendre. Como se observa a construção do sertão refletia suas condições econômicas e estruturais, isso é notório também nas construções religiosas.
A autora faz uma comparação da mobília da fazenda de gado e fazenda de cana-de-açúcar, no engenho a casa grande é luxuosa, nos padrões europeus, com mobília bem sofisticada, enquanto na fazenda de gado, só existia o necessário para a sobrevivência do boiadeiro e seus vaqueiros.
Como se ver os fatores econômicos advindos dessas atividades nortearam o modo de vida dessas populações de forma tão enérgica que se ver até hoje alguns costumes distintos. Os moldes arquitetônicos da época colonial ainda de ver hoje claro com mais singeleza nas fazendas.
Por: Elson Cassiano, aluno do 1º periódo de História UERN-ASSÚ RN

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