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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Por que aconteceu a reforma?





As invasões dos bárbaros no século III d.c fizeram o império Romano se dividir em duas partes, um reino ocidental com a capital simbólica em Roma e um reino oriental com a capital em Constantinopla, vale salientar que essa divisão oficial só se deu com o imperador Teodósio no século IV d.c, cujas capitais foram no ocidente Milão e no oriente Constantinopla. Não podendo conter as invasões bárbaras o império Romano do ocidente ruiu, enquanto o império romano do ocidente pelas bases de defesas geográficas e militares só iria cair um século depois nas mãos dos turcos otomanos. Com todas essas lutas por hegemonia apenas uma instituição não foi alterada a Igreja Católica, que com as invasões dos povos bárbaros ampliou o seu poderio político, econômico e religioso dentro da desfragmentação do império Romano. Com todo esse poder foi criado o papado, apoiado pelos principais soberanos, subjugou as demais igrejas locais do império. A igreja romana cresceu em todos os aspectos dentro do Feudalismo, mas com todo esse poder e influência e igreja romana se afastou das diretrizes do cristianismo primitivo, varias mudanças foram feitas e a moral e a ética foram subjugada ao que o Papa decretava. Varias criticas foram feitas a esses abusos, mas todas foram caladas através da espada. O mundo feudal começou a ruir levando consigo grande parcela do poder papal, os humanistas entram em ação com uma filosofia voltada para o ceticismo e a busca da verdade aquém da religião, lançando assim as bases para o desenvolvimento das ciências, a criação das chamadas Nações-Estados, que se opuseram ao poderio universal do Papa, como também a formação de uma nova classe, a burguesia, que se revoltou contra as constantes remessas de donativos para Roma, além de adotar uma forma de vida corrupta, sensual e imoral. Nesse ambiente propicio nasceu à reforma, para uma emergência de um novo mundo em expansão, as sociedades feudais entravam em decadência, juntos com o universalismo romano. A idéia de liberdade era pregada em cada canto da Europa, a junção da filosofia escolástica e da grega deu lugar a uma teologia bíblica protestante, a bíblia e não a tradição era aceita como a única verdade da cristandade. Com essas mudanças Políticas, geográficas, econômicas, sociais, intelectuais e religiosas, houve uma verdadeira revolução no mundo medieval.
O conhecimento geográfico do homem medieval sofreu mudanças fundamentais entre os anos de 1492-1600, com a descoberta de novos continentes, derrubaram alguns dogmas romanos, os países se lançaram ao mar e aos novos continentes. A classe burguesa saiu na frente e passou a dominar a economia das colônias.
As perspectivas políticas também mudaram, o conceito de um estado universal deu lugar ao conceito de nação-estado, que se organizaram em bases nacionais, com poder central e com um governo forte, apoiado por um militarismo poderoso, se opuseram ao domínio de um governo universal religioso.
A economia mudou de agrária para comercial, com aberturas de novos mercados e a descoberta de matérias primas criou-se a classe mercantil, como mencionada acima tomou o lugar da nobreza feudal na liderança da sociedade. Entrou em vigor uma sociedade onde o dinheiro era mais importante. Essa classe opunha ao envio de suas riquezas para a igreja universal sob a liderança Papal em Roma. Nos norte da Europa esta reação econômica influenciou a reforma.
Outra mudança significativa sem dúvida ocorreu no amparo social, à rigidez do feudalismo em relação à movimentação de classe era praticamente impossível, mas essa idéia foi substituída por uma sociedade organizada sob traços verticais, onde era possível haver uma mobilidade de classes, a servidão estava desaparecendo a nova classe social se formou, com base no comercio, os burgueses, e foi essa classe media fortalecida que garantiu as mudanças introduzidas pela reforma nos noroeste europeu.
Mudanças intelectuais que ocorreram foi essencial para a formação idealista da reforma, o renascimento deu todas as diretrizes necessárias para a reforma prosseguir, esse clima intelectual e a busca pelas fontes do passado criaram um homem critico e cético, buscava nas línguas originais da bíblia, assim as diferenças da Igreja primitiva e da igreja medieval se achava tão claramente, sua corrupção e seu paganismo fez com que houvesse vários reformadores. O espírito renascentista foi utilizado pelos reformadores para justificar sua crítica á hierarquia e aos sacramentos mediante a comparação com as escrituras. Assim a bíblia no original passou a ser o documento básico da fé cristã.
A uniformidade religiosa medieval deu lugar, no inicio do século XVI, á diversidade religiosa, o poderio da igreja romana foi destronado com o cisma em 1054 d.c com a formação de igrejas protestantes nacionais, essas igreja estavam sob o controle do Estado, que pendurou ate 1648 d.c com a liberdade religiosa. A autoridade da igreja romana foi substituída pela autoridade da bíblia, acessível a qualquer pessoa na sua própria língua, graças à invenção da imprensa por Gutenberg. Os padrões estáticos da sociedade medieval foram substituídos pelos padrões dinâmicos da sociedade moderna. Lutero não foi o mentor dessa revolução sozinho, muitos outros reformadores tiveram tamanha importância para a idealização desse sonho reformador, irei citar um que considero o precursor desse movimento que foi John Huss, que era chamado do Ganso, que morreu queimado na Fogueira da inquisição, antes de morrer ele declarou que depois dele daqui uns cem anos nasceria um que eles não poderiam queimar, exatamente no tempo previsto por Huss nasceu Martinho Lutero, na saxônia, ao qual foi o principal reformador.
Como se observa o mundo estava preparado para essa revolução tão mais ampla do que a revolução francesa e a industrial, pois adveio dessa as formas e as bases ao qual estamos hoje, num mundo livre, embora tenha muitas pessoas que ainda não as são, mas os idéias da reforma estão tão presentes na formação da sociedade moderna, juntos com os direitos adquiridos de liberdade de crença e direitos civis. A reforma foi um marco de transição do mundo medieval para a modernidade.
Por Elson Cassiano
UERN-História

Um comentário:

Anônimo disse...

De fato, a Reforma Protestante foi um dos eventos mais profundos da modernidade, tendo repercussão decisiva nos rumos sociais e sobretudo econômicos dos séculos vindouros.

Percebe-se que todos os países que adotaram os princípios da reforma, naquela época de efervescência, não emitindo aqui juízo de valor a respeito dos mesmos, se bons ou ruins, hoje são países desenvolvidos do ponto de vista econômico, e situam-se naquilo que se convencionou chamar de primeiro mundo, provavelmente devido a dois fatores principais: liberalismo econômico e garantia do direito de propriedade.

Vale salientar a respeito do principal reformador, Lutero, que sua atitude não foi uma afronta a estrutura religiosa em vigor. Isso porque a exposição de suas 95 testes tinha um valor simbólico até então de chamamento ao debate, e não de afronta propriamente dita. Portanto, se faz necessário ler cada situação histórica a luz dos costumes e culturas de cada sociedade e época.

Em opinião pessoal, penso que o trunfo mais relevante e que a robustez de seus desdobramentos se faz sentir até o presente momento é a livre interpretação da Bíblia, destituindo a autoridade de uma instituição religiosa, seja ela qual for, da suposta retenção dos direitos interpretativos sobre ela.

Assim penso e creio porque através da Bíblia, a qual considero como inerrante e infalível Palavra de Deus, percebemos que ela dispõe, da parte do Senhor, de um sistema de interpretação pessoal, o qual permite que o Espírito de Deus aplique as verdades da tão criticada Teologia Revelada individualmente a cada pessoa. Portanto, dou graças à Deus a esse evento ímpar na História da humanidade, a Reforma Protestante, que lançou novas bases para toda a conjuntura no por vir do mundo ocidental.

Certamente Lutero concordaria com esse autor cristão protestante:

"Cremos que muitos rejeitam a Bíblia sem uma justa investigação dos seus méritos" (dr. D.J. Thomas, membro da Academia Científica americana, da Academia Filosófica americana e da academia americana para pesquisas orientais,in Razão, Ciência e Fé, p. 317)