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sábado, 7 de novembro de 2009

A formação e o desenvolvimento do despotismo oriental




As principais civilizações surgiram no chamado crescente fértil ao que os gregos denominaram de mesopotâmia (entre rios) pelo fato de que a região é cortada pelos rios Tigres e Eufrates. No final do período neolítico houve uma grande aceleração demográfica ocasionada pelo domínio da agricultura e pelo surgimento das primeiras aldeias, a humanidade começa a incorporar a idéia de sociedade, houve uma melhoria de vida substancial entre a população emergente, o homem agora com a tecnologia desenvolvida através do conhecimento da natureza e da mistificação dos fenômenos naturais, desenvolveu-se a agricultura de excedentes, para isso era necessário um sistema política e religiosa para controlar e organizar a vida em comunidade para que não faltassem alimentos, essa política de desenvolvimento urbano deu origem à divisão social dentro das recentes cidades, culminando assim no surgimento das Cidades-Estados, com um poder centralizado nas mãos de um monarca. O despotismo oriental estava embasado num amparo místico ao qual o monarca era a autoridade máxima dentro de estado, como todas as terras era propriedade do Estado (Monarca) ele as distribuía entre seus vassalos, criando assim o sistema tributário, e com a criação do tributo foi necessário possuir um quadro de funcionários públicos para controlar os excedentes da produção agrícola e os impostos recolhidos dando sendo necessário o desenvolvimento de um sistema de escrita, como ocorreu na Suméria. Com isso o monarca era obrigado a fazer obras publicas, construções de diques e barragens para maior desenvolvimento do Estado. Como sacerdote no caso da mesopotâmia e deus no Egito, ele tinha a função de levar o povo a deus, trazendo consigo a fertilidade das terras e melhorias na vida do povo.
A emergência do despotismo e da revolução urbana quase simultânea na mesopotâmia e no Egito é um problema para o historiador decifrar.  Será preciso suscitar um retorno á explicação tradicionalista retomada no determinismo hidráulico? Levando em conta os mecanismos utilizados pelo despotismo como a criação de canais, diques e represas e sem mencionar os vales férteis que por natureza eram exuberantes sem uma ação humana, como o autor nos passa, essas observações são pouco favoráveis a uma explicação tão mecânica do surgimento das civilizações. Mas por outro lado o sistema de produção asiático, com as irrigações, as construções de represas são de certo modo uma conseqüência do desenvolvimento do Estado, é complicado, pois temos a tendência a valorizarmos certas dados específicos. Um exemplo é uma valorização rural presente nos povos mesopotâmicos, sobretudo pela unidade política e religiosa do Estado. Olhando para uma tangente anterior no neolítico vemos a tendência natural no desenvolver das coletividades traga consigo a acumulação de alimentos e de objetos, levando assim ao emergir de chefes poderosos ao qual se fazia campanha contra outras aldeias para se fortalecerem. No meu ver o que a diferencia do Estado é o controle do excedente e a conseqüente criação do comercio entre os povos tanto locais quanto exterior gerando uma diplomacia como por exemplos os Hititas que fizeram alianças de igualdade com outros reinos em quase igualdade.
Para Lévêque um dos principais motivos pela duração do despotismo oriental foi o poder que instituição monárquica exercia no Estado. O monarca como já foi mencionado tinha o poder absoluto sobre a comunidade, esse poder era aceito como natural por todos, como o Estado era teocrático o rei exercia a ligação entre o comum e o sobrenatural, nessa atmosfera mística o monarca era respeitado. Essa autoridade era incontestável e absoluta, e toda revolta sofrida no Estado era uma transgressão sobre o próprio deus (Faraó). Essa dominação ideológica era muito forte no contexto dos povos mesopotâmicos. Outro ponto que merece nossa atenção como citei acima foi o desenvolvimento da escrita que veio legitimar a administração do déspota, com um avanço rápido nos progressos intelectuais e nas técnicas de gestão das comunidades. Outro ponto ao qual me deparei é o domínio territorial do monarca, pois esse domínio da terra era a maior riqueza do Estado, a terra era a fonte de todo o poder, quem tem terra tem poder, e esse poder estava nas mãos do monarca, que as distribuía entre seus súditos. Essas são algumas das características que fizeram do sistema despótico oriental alcançar a prosperidade e a longevidade na antiguidade. [1]Lévêque nos diz: “a história dos despotismos do oriente é, pois, dominada por relações de força de uma extrema complexidade, onde tende, no entanto a realizar-se um equilíbrio global”.
Com os avanços tecnológicos e da produção os povos foram caminhando em direção a novos modelos de sociedade, que com a conquista dos metais passaram a terem um progresso bastante acelerado. Além da utilização dos metais, um avanço astronômico muito interessante ocorreu, emergindo a invenção do calendário que daria maior controle sobre o tempo e a produção, definindo assim as estações e melhorando a produção agrícola. O aparecimento e progresso da escrita como foi dito acima irá exercer o poder de legitimar a administração dos déspotas e gerar o desenvolvimento intelectual da população. Os grandes sistemas teológicos que tinham grande prestigio perante a sociedade antiga. Desde o neolítico o homem vem buscando respostas sobre a origem do mundo e de si mesmo, a tendência de buscarmos essas respostas no sobrenatural predominou no seio das grandes civilizações que passou de um sistema animista para um sistema antropoformista. Baseado numa teologia complexa a religião dava ao monarca o poder de explicar os fenômenos sobrenaturais, fundamentando sua supremacia.
Por ELSON CASSIANO




[1]  Pierre Lévêque, as primeiras civilizações vol. 1 os impérios do bronze Pag. 35

Um comentário:

Anônimo disse...

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