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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Marx e os historiadores


O terceiro grupo expõe com clareza a temática da influência do pensamento marxista na formação historiográfica moderna. *Ciro Flamarion Cardoso irá nos fornecer informações que considero cruciais na compreensão do movimento de renovação proporcionado pelos Annales e expandido nos novos paradigmas pós-modernos, a nova historia nasceu num mundo de incertezas e turbulências, esperavam-se uma revolução do proletariado e uma substantiva melhoria de vida da população, um progresso, contudo essas expectativas tão pronunciadas por Marx veio a ruir com a segunda guerra mundial, e após a queda do muro de Berlin em 1989, dando fim a guerra fria e a bipolaridade do mundo, tudo que se esperava e se tinha compreendido sobre cultura e civilização, a idéia de progresso civilizatório francesa, de uma cultura superior entrou em colapso dando vazão a uma nova visão de cultura que frisou as diferenças e similaridades dos povos, conceito esse oriundo da novíssima antropologia, a escola de Frankfurt prevaleceu, pois a idéia de uma cultura superior não era mais aceite visto à tamanha barbárie da humanidade na segunda guerra mundial. Dando as bases históricas das transformações ocorridas dentro do saber historiográfico, passaremos a abordar as influências marxistas dentro dessa nova historia a começar pela sua biografia. Karl Marx nasce em Trier, em 1818. Estuda primeiro em Bonn e depois em Berlim, onde se laureia em 1841, com uma tese sobre a Diferença entre a filosofia da natureza de Demócrito e a de Epicuro. Redator da "Gazeta Renana", depois co-diretor dos "Anais franco-alemães", em 1843 publica em Paris - onde entra em contato com Proudhon e Blanc, e onde conhece Engels - a Critica do direito publico de Hegel. De 1844 são os Manuscritos econ6mico-filosóficos. Afasta-se da esquerda hegeliana e em 1845, justamente contra Bruno Bauer e os hegelianos de esquerda, publica A sagrada familia, trabalho escrito com Friedrich Engels. Com Engels Marx escreve também, “A ideologia alemã", ainda contra os hegelianos de esquerda. As teses sobre Feuerbach remontam a 1845, o Manifesto do partido comunista e de janeiro de 1848. Estabelecendo-se em Londres, -j no fim de agosto de 1849, ajudado economicamente pelo amigo Engels, Marx leva a termo as pesquisas que confluirão em sua colossal obra Capital, cujo primeiro volume aparece em 1867, enquanto os outros dois volumes serão publicados póstumos, respectivamente em 1885 e 1894. Esteve ativamente empenhado na organização do movimento operário. De 1859 4 a Critica da economia políticos. Sua dissensão com a doutrina de Ferdinand Lassalle explicita-a na Critica ao programa de Gotha, de 1875. Marx morre no dia 14 de março de 1883; foi sepultado no cemitério de Highgate. O grupo abordou a biografia de Karl Marx, sua formação intelectual e as bases filosóficas do seu pensamento, A grande construção do pensamento de Marx desenvolve-se em contato e em contraste com a filosofia de Hegel, as concepções da esquerda hegeliana, as teorias dos economistas clássicos e as idéias dos socialistas utópicos. Marx é critico de Hegel, Marx retomara, invertendo-a, a concepção dialética da historia, mas critica duramente Hegel, porque subordina A sociedade civil ao Estado, e porque a descrição que ele faz da essência do Estado não é mais que a justificativa do Estado prussiano;
* “Da esquerda hegeliana, porque os jovens hegelianos combatem contra as "frases" e não contra o mundo real do qua1 as "frases" do são reflexos. Com efeito, como logo veremos Marx está convicto de que "não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência"; Dos economistas clássicos: estes (Smith, Ricardo etc.) elaboraram a teoria do valor-trabalho (o valor de uma mercadoria equivale ao trabalho socialmente necessário para produzi-la), mas erram ao pensar que as leis por eles postas em evidência sejam leis eternas e imutáveis de natureza: a propriedade privada e um fato e não uma lei eterna;”
(Giovanni Reale e Dario Antiseri Historia da filosofia vol.5 Cap.8 pag. 169)

Com a base de seu pensamento elaborada Marx irá criticar a religião e seu sistema de dominação, essa alienação religiosa passará a ser a crítica ao direito e a crítica a teologia passará a ser crítica a política e assim ele encontra o homem alienado.
* “O homem não alienado é um homem que se realiza transformando ou humanizando, Segundo seus planos, com os outros, a natureza, para satisfazer suas necessidades. O que Marx vê, porém, é um homem alienado, ou seja, expropriado do próprio valor de homem por causa da expropriação do trabalho. O homem não trabalha para realizar seus próprios projetos, junto com os outros, humanizando assim a natureza. Ele trabalha para a pura subsistência. A propriedade privada, baseada na divisão do Trabalho, torna o trabalho constritivo. O trabalho do proletário é um trabalho forçado. Nele o operário aniquila seu espírito e destrói seu corpo.”
(Giovanni Reale e Dario Antiseri Historia da filosofia vol.5 Cap.8 pag. 170)
A historiografia marxista ofereceu uma perspectiva importante para a compreensão do passado. Esta mostrou a importância das massas nos feitos históricos e mostrou que grandiosos homens hoje homenageados não fizeram a história sozinha. Muito embora o marxismo tenha conseguido perceber as massas populares como integrantes ativos na construção da história, embora dominados ou alienados, não empregou um olhar que ia muito além das balizas teóricas e ideológicas pertinentes ao que se tinha como quase dogma entre os inspirados seguidores de Marx. No entanto, a ênfase econômica dos estudos realizados pelos historiadores marxistas não abarcou todos os aspectos da vida das sociedades ao longo da história. O fato é que aspectos também importantes da vida cotidiana das sociedades na história não estavam dentro do foco marxista e uma nova história passou a ser escrita. O grupo nos trouxe a seguinte reflexão: Como seria a Historia sem a contribuição de Marx? Com propriedade nos levou a contemplar um horizonte de um passado recente anterior aos Annales, com o paradigma rankiano, seu autoritarismo e controle das instituições, com a elite fazendo seus ditames, a reflexão fez com que ampliássemos a visão que tínhamos da obra de Marx não somente dentro da história quanto disciplina, mas também nas outras ciências humanas. Atualmente há uma tendência nada produtiva de se partir para o desprezo a qualquer coisa que “pareça” marxista desde o “fim” da esperança do socialismo real. Seja como for, o fato é que a história que se produz hoje atingiu um espectro de abrangência fabulosa e colocou quase todos os segmentos sociais em seu âmbito.
Em “A história e paradigmas rivais” Flamarion sintetiza o que o marxismo estabelece dentro da história, uma realidade social em constantes mutações, que pode ser aprendida, que existem estados de equilíbrios (periódicos), a ambição central do marxismo dentro da historia é proporcionar uma visão totalizadora e macro do social. Como citado pela professora Jovelina santos, o marxismo busca uma construção de uma teoria da mudança social, o que ela chama de “Praxis revolucionária”. Para o marxismo tudo é determinado pelo econômico, trazendo consigo uma concepção evolucionista da sociedade, á tornando multilinear e com retrocessos, uma busca de racionalidade para ancorar o conhecimento histórico, promovendo a interdisciplinaridade.
Essas são algumas das influências marxistas dentro da historia abordada pelo grupo embora o tempo não tenha sido proporcional ao debate que a temática exige. Como se observa historia sem o marxismo perderia muito de suas funções, ficando singular, parada apenas num ponto de vista elitista e numa abordagem da historia política, com o marxismo veio à ascensão da historia econômica mencionada acima por mim, veio após Marx os Neo-marxistas e uma interpretação econômica da historia no mundo industrial.
Um dos mais notórios historiadores Marxistas vivo é Eric Hobsbawm, com uma vasta obra sob a ótica marxista, ele nos leva para dentro da historia ainda para a gente desconhecida, nas suas “ERAS”, mas fascinante, e mergulhamos nesse mundo histórico das eras e das revoluções, das massas, dos movimentos etc. a abordagem marxista embora venha sendo criticada pelos pós-modernos tem sido muito importante dentro da historia quanto disciplina, abrangendo novos métodos, interação com outras ciências e novos objetos a serem estudados, a influências do marxismo rompeu as barreiras das ciências sócias e humanas, Marx é considerado por muitos como o grande filosofo do mundo moderno, suas obras são lidas e ensinadas dentro do centro acadêmico de todas as universidades, ele pode não ter conseguido provocar a revolução do proletariado tanto esperada, mas sem duvidas ele ainda faz revolução no pensamento de muitas pessoas.
ELSON CASSIANO
HISTORIADOR

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