MENU @

mensagem

Banner 3

banner

Seguidores

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A canonicidade do Novo testamento em cheque!!!


Fiquei intrigado com uma afirmação feito por um professor da Uern ao qual é docente na cadeira de Grécia e Roma, ao descrédito que ele tem em relação ao Cânon do novo testamento, lembrei-me que quando fazia a faculdade teológica tinha pagado a cadeira de introdução bíblica na ESTEAEB-RN, embora sua declaração se baseasse em fatos concretos entrelaçados em meias verdades, sua afirmação que o Cânon do novo testamento tenha sido politicamente organizado pelo imperador Constantino e por um clero paganizado é um tanto forte. Devemos analisar melhor essa questão, pois se o novo testamento for uma artimanha política em sua formação, será que ele tem ou merece credibilidade de nossa parte? Como falei acima entre essas afirmações que coloca dúvidas na canonicidade do novo testamento tem meias verdades, realmente existiram essas artimanhas políticas e também o clero estava em constantes crises doutrinarias, acerca da divindade de Jesus, e das influências dos pagãos no seio da igreja, em meio a esse emaranhado de pensamentos e a dogmática do novo testamento se formou com vários concílios ao qual ratificava e aumentava a lista dos livros que eram lidos e aceitos nas igrejas. Alguns livros como Hebreus, Apocalipse não foram aceitos de imediato, alguns livros que foram rejeitados como o Pastor de Hermas e a Didaqué ou Escrito dos doze eram amplamente lidos e aceitos como legítimos por algumas igrejas, ficava nos impasses de reuniões doutrinais ou concílios para resolver tais problemas. Alguns cânones apareceram como o muratório (170 d.C), o cânon de Marcião (140 d.C) que foi considerado um herege pelos concílios, mas a lista mais antiga sem dúvidas encontra-se no fragmentado cânon muratório, que estava sem algumas epistola de Hebreus, Tiago e as de Pedro. Em outras fontes como o códice barocócio sustenta a autenticidade dos 27 livros do novo testamento. Eusébio de Cesaréia (c.340) nos mostra a situação do cânon do novo testamento no seu livro história eclesiástica, ao qual mostra que entre os 27 livros aceitos com algumas exceções como o apocalipse de João não era visto no ocidente com bons olhos e algumas cartas ao qual ainda necessitava de analise, contudo esses livros eram amplamente lidos e copilados nas igrejas. Mais tarde com Atanásio o pai da ortodoxia reaparece a lista dos 27 livros que é ratificada pelos concílios de hipo (393 d.C)  e de Cartago (397 d.C), ao qual foi aceito de vez os 27 livros.
É um tanto complicado analise essa esfera da qual o novo testamento foi formado, pois era um período turbulento de ataques heréticos e rachas dentro da igreja, contudo as listas de livros canônicos aparecem como autênticos embora houvesse certa desconfiança sobre alguns e também os livros apócrifos como o pastor de hermas e a didaqué que eram lidos não entraram no cânon enquanto o Apocalipse de João que passou por duras criticas e rejeições foram incorporadas no cânon. Sem dúvidas que a pressão política para resolver tamanha problemática dentro do cristianismo foi recorrer à autoridade escrita ao qual foi feita no cânon do Antigo testamento. Como foi bem analisado o cânon do novo testamento independentemente das artimanhas políticas foi formado com bases fortes e argumentos extremamente convincentes. A afirmação do professor não passou pelo crivo da investigação histórica e teológica da dogmática neotestamentaria.
ELSON CASSIANO
Historiador e Teólogo

Nenhum comentário: