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domingo, 18 de julho de 2010

OS GREGOS ERAM MESMO UMA NAÇÃO?



Falar em nação e nacionalismo em termos modernos na Grécia antiga é um tanto complicado, até mesmo por que a ascendência comum, idioma, religião, costumes e a geografia, no caso da Grécia não conta para se criar um sentimento nacional, pois tudo isso parava na autonomia política das Cidades-Estados gregas. Não havia um sentimento nacionalista grego que os compelisse para uma unificação política, mas segundo Heródoto o helenismo em comum aos gregos, era um tanto difícil de acontecer, pois havia uma total desunião das Cidades-Estados, e o helenismo não foi tão forte assim para provocar uma revolução política na cabeça das elites locais, é inaceitável pensar que Atenas se unisse aos Persas contra os outros gregos, mas isso não os impedia de guerrearem entre sim e escravizarem seus coirmãos e como Finley nos explica, e até mesmo o emprego de mercenários estrangeiros no intento de escravizar outros gregos. Vale nos salientar que a união grega era somente na ameaça de invasões bárbaras, pois existia entre eles um tipo de ética e não ajudar estrangeiros a dominar seus territórios, contudo como mencionei acima, não os impedia de lutarem entre si e escravizarem uns aos outros. No pensamento de Heródoto o sentimento de ser grego, esse orgulho, somente se via realizado nas esferas da cultura, moral, do intelectualismo e da espiritualidade e segundo ele, uma ética helenística ao qual mostrei acima em não se unir com não gregos e subjugá-los.
Essa total desunião política dos gregos era vista com bons olhos entre eles. No amparo das relações políticas não havia diferença entre um estrangeiro ao entra em Atenas e um grego espartano, ambas as relações diplomáticas eram feitas internacionalmente. Finley irá exemplificar melhor essa questão das relações diplomáticas trazendo o discurso para a Europa especificamente no estabelecimento do liberalismo inglês, e a conferencia para a guerra na Alemanha. Ao comparar o movimento de unificação da Alemanha que apesar de ter um vasto território existia um sentimento de nação, coisa que nunca existiu na Grécia antiga, que o autor chamar não compreensão da potencialidade grega quanto nação. Eles criaram um rotulo para os demais povos que os diferenciava, que era bárbaro, esse forte apego a cultura helenística de certa forma os unia e os diferenciava dos bárbaros independentemente de onde estivessem localizados, foi o que aconteceu no expansionismo macedônico e Alexandrino. Finley enumera duas forças que mantiveram os gregos unidos em torno da cultura comum, a primeira foi o fato de identificar com os outros gregos, o meio de reter uma auto-identidade e a segunda força repulsiva foi a que impediu uma lealdade regional, da rebelião, da heresia etc.. Não havia um governo centralizado o que manteve a união foi à cultura comum (helenismo) que não os expelia. E foi justamente essa ausência de centralização política que os compeliu ao individualismo das Cidades-Estados gregas. No campo das relações entre gregos e estrangeiros especificamente os Persas, não eram tratados de igual modo como os demais gregos, contudo todas as relações diplomáticas eram internacionais, contudo a relação entre gregos e gregos eram fortes, ao ponto de existir um código de ética ou aliança contra os estrangeiros, contudo essas relações paravam na política que os impelia a guerrear entre si. Com o fim das Cidades-Estados nasce a Polis, expandiram-se os horizontes das relações diplomáticas que mais tarde irá culminar na ascensão macedônica na Grécia.  Podemos afirma com toda certeza que não havia uma nação grega, mas nações gregas independentes entre si, com suas próprias legislações e governo, isso falando no período anterior ao governo unificador de Felipe e Alexandre da Macedônia.
ELSON CASSIANO SOBRINHO

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