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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Trabalho e ócio


O sistema servil romano era bastante rígido para com seus devedores, se valendo do confisco de bens, mulher e filhos e em alguns casos valia da prisão. Essa configuração da sociedade romana era possível devido a uma não preocupação fiscal do governo que passava as funções administrativas para as elites locais dando margem para o sistema oligárquico funcionar e se valer dos cargos públicos para extorquir e propinar a população. Em contraste com o conceito de cidade na modernidade, a cidade romana só tinha em comum o nome, pois o que se caracterizava a cidade era uma elite de notáveis ociosa e onde esse ócio era considerado como honra e mérito dos ricos. O conceito de trabalho como conhecemos atualmente desde Marx a Proudhon adquiriu um valor social universal e um arcabouço filosófico, que com a formação dos Estados nacionais modernos foi muito valorizada pelo vigente sistema capitalista industrial, em contraste com o mundo romano, que tinha o trabalho como algo vil desprezível, inferior, praticado pela gentinha, configurando a sociedade romana como mutilada e cruel, pois o desprezo pelo trabalho levou também ao atraso econômico e social, e isso era tão grave ao ponto de qualquer trabalho manual ser considerado com desdém pelos ociosos. Quem trabalhava não era somente inferior, mas inútil, pois o ócio era exaltado como condição necessária na vida de um homem liberal. Isso era o quadro social romano ao qual não estamos acostumados a ver, mas o que podemos perceber claramente no texto é o orgulho ocioso do romano e seu desprezo pelo trabalho. Ao nos depararmos com os escritos de Platão e Aristóteles, podemos observar e nos deter em seus conceitos sobre trabalho e ócio, pois ambos compartilham do mesmo sentimento ocioso, como veremos em Aristóteles a pobreza como um defeito ou uma espécie de vicio, pois na sociedade greco-romana só era reconhecido quem tivesse poses e vivesse de suas rendas na ociosidade. Essa áurea de riquezas e glória da sociedade greco-romana era valorizada que se podiam ganhar processos pelo simples fato de ser mais rico que o outro, como no caso de Demostenes. A antiguidade se orgulhava e celebrava a riqueza e a ociosidade com louvores e glórias. Nas lutas de classes não devemos vê-las com ares do marxismo, pois, o que movia a sociedade romana era o orgulho das riquezas e uma classe mais elevada depreciava a outra pelo simples fato de ser mais rica. As ideias sobre o trabalho eram menos ideias que valorizações, positivas para os poderosos e negativos para os pobres. Xenofonte nas suas avaliações sobre classes considera que um trabalho manual era típico dos efeminados.
Nesse quadro da sociedade romana podemos notar que existiam e eram praticados vários meios de se enriquecer, e lhes eram permitidos embora não fossem visto em alguns casos como no comercio, com bons olhos pela sociedade, que tratava com desdém, isso porque o que tinha valor era a posse de terras, e o comercio era somente um meio não nobre de enriquecimento, mas se o comerciante rico comprar terras e investir seus recursos nelas e era aceitos no rol das elites e podiam até almejar possuir cargos públicos. No decorrer do texto veremos que era comum a valorização da profissão dentro do mundo romano, embora a ideia de trabalho não mudasse, as profissões eram exaltadas pelos próprios possuidores delas. Eram validas todas as formas de adquirir riquezas, e embora o trabalho fosse algo desprezível a cobiça por poder e era maior do que a cultura ao ponto de burlarem as leis e adentrarem no comercia e serem aceitos como algo natural e não desprezível, pois suas riquezas não foram adquiridas primordialmente pelo comercio, mas pela sua origem nobre.
Elson Cassiano Sobrinho.

2 comentários:

Luciano disse...

Aleluia, alguém leu. Concorda mas corrige a frase:nesta áurea, o correto é nesta aura.

Elson Cassiano disse...

Obrigado a todos e fiquem a vontade esse é um espaço livre pra quem quiser discordar do meu ponto de vista como também concordar com ele, vocês são a razão desse blog existir, perdoe-me alguns erros de digitação dos artigos e até mesmo ortográficos, estou tentando corrigi-los pode ter certeza para uma melhor compreensão dos meus leitores.