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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010


O evolucionismo é umas das grandes linhas de pensando dentro da antropologia sobre a origem da cultura.
“Evolucionismo é a teoria segundo a qual todos á vida
E o universo se desenvolveram graças ao crescimento
E as mudanças.”
Wanick (1969:258)
Presottu introduz logo de cara que o termo evolucionismo tão falado e discutido não é de origem recente ou oriunda do darwinismo, como se pensa ao falar de evolucionismo. O evolucionismo cultural não sofreu uma influência direta do pensamento de Darwin (1809-1882). Alguns antropólogos mesmo antes do termo evolução surgir já defendiam e formulavam idéias evolucionistas, como Spencer (1820-1903), o autor nos diz que ele não só popularizou o termo evolucionismo, mas também foi o primeiro a usar a teoria de sobrevivência do mais apto, que mais tarde teceria a gama da evolução das espécies de Darwin, Spencer também sustentação a idéia de que a família patriarcal era forma original e universal da vida. Outro teórico bastante conhecido no meio acadêmico a defender idéias evolucionistas foi August Comte (1798-1857) o pai do positivismo, apresentava o homem passando por estados de evolução até chegar a um nível maior de desenvolvimento, um estado Teológico para um metafísico, chegando a um positivo. O conceito de evolução cultural designa Leslie White:
   “Um processo temporal-formal continuo e geralmente
Acumulativo e progressivo. Por meio do qual os fenômenos
Culturais sistematicamente organizados sofrem mudanças
Uma forma ou estagio sucedendo ao outro.”
(In Silva, 1982:443)
O autor nos leva ao foco de ação do evolucionismo cultural ao dizer quer aonde quer que se encontrem o se seu desenvolvimento progressivo através dos tempos e a seqüência básica desse desenvolvimento entre todos os povos da terra. Para Tylor os argumentos a favor dessa teoria seria o seguinte:
“Fundamentam-se nas semelhanças de tipos de cultura
Observado em distintas raças do mundo inteiro, e na
Freqüência dos costumes peculiares em nossa própria
Civilização, que só pode explicar-se como sobrevivência
De outras antigas, que tinham um significado mais
Profundo em um período distante, e ainda se encontram
Em pleno vigor entre os povos primitivos.”
(Apud Boas, 1964:183)
Como se observa a teoria da evolução cultural foi obra da mente de vários estudiosos e assumiu múltiplas formas, trabalharam com teoria e procuraram abranger seus campos teóricos, já outros tentaram explicar o desenvolvimento da civilização humana em sua amplitude, alguns se deparam com a problemática dos aspectos da cultura etc. como se ver os defensores da teoria evolucionista estudaram diferentes aspectos da cultura, como também se diferiram nas suas interpretações.
Dentro da teoria antropológica da evolução cultural os primeiros grandes teóricos foram: Spencer (1820-1903), Maine (1822-1888), Tylor (1832-1917) e Frazer (1854-1941) na Inglaterra, Mclennan (1827-18881) na Escócia, Morgan (1818-1881) nos Estados Unidos, Bastian (1826-1905) na Alemanha.
Todos eles se destacaram mais na historia do desenvolvimento intelectual ao estudarem a evolução social e cultural. Mas seu grande teórico foi Tylor que segundo Presottu dominou, configurou e consolidou a antropologia na Grã-Bretanha, dizia em suas teorias que a
”humanidade era um todo em crescimento através dos tempos, indo da infância á maturidade, estando os povos primitivos situados no estágio infantil.”
Ele achava que as instituições humanas eram distintamente estratificadas, tal como as diferentes camadas da terra, que se sucedem em séries uniformes por todo o globo, independentemente das raças ou linguagem. Taylor procurou dar a antropologia o curso cientifico que chamou de Aritmética social, que deu origem ao Método comparativo, embora ele mesmo não usasse esse termo. O método comparativo usado por Morgan nos sistemas de parentescos que constitui algo muito importante dentro da investigação antropológica.
Podemos distinguir três elementos básicos que estão sempre presentes nos estudos da teoria evolucionista da cultura que são: (1) Sucessão linear enfatiza a seqüência para o curso do desenvolvimento de toda sociedade, que segundo o autor passaram dessa forma pelos mesmos estágios de evolução, embora isoladas uma das outras, (2) Método comparativo, muito usado pelos antropólogos do século XIX, consistia em colocar em ordem os fenômenos observados de acordo com os princípios estabelecidos e interpretados como uma ordem cronológica, (3) Sobrevivência, elemento que persiste hoje, oriundo do passado, ou seja, a continuação de um fenômeno originário em épocas anteriores, em condições diversas.
Iremos ressaltar alguns aspectos positivos e negativos dessa linha de pensamento evolucionista. (1) A não consideração do fator tempo e espaço, (2) o emprego indiscriminado do método comparativo, (3) O conceito de sobrevivência que teria retardado o trabalho de campo. Essas duras críticas fizeram uma reformulação dentro do grupo evolucionista, que foram incapazes de manter sua posição clássica, que foi invadido por novas técnicas mais aprimoradas e pela acumulação de dados mais adequados a pesquisa. Apesar das críticas o evolucionismo cultural trouxe uma grande contribuição para antropologia e sua formulação como disciplina. Irei citar uma contribuição que considero primordial que o uso do conceito de cultura livrando-se da confusão racial. Embora com falhas substanciais, o evolucionismo não deixou de ter seu valor para a formação da disciplina antropológica.
Nasce uma nova abordagem evolucionista no inicio do século XX, os Neo-evolucionistas, representados por Leslie White, Gordon Childe e Julian Steward. Esse seleto grupo, mais interessado na evolução social, que eles têm dito está intimamente relacionado com a evolução tecnológica, também descrevem o processo da cultura tendo por base etapas de desenvolvimentos. Leslie White é um dos maiores teóricos dessa linha de pensamento, caminha para resgatar o evolucionismo, refinando os conceitos dos evolucionistas, renovou os conceitos que podem ser generalizados, avaliando o nível de desenvolvimento cultural. White Afirma:
“O homem explora seu modo circundante
Ou âmbito natural para obter dele os meios que
 Lhe permitem sustentar sua vida, perpetuar a espécie.”
(In Beals e Hoijer, 1969: 722)
Os neo-evolucionistas continuaram a preocupar-se com as fases do processo da evolução cultural e deram grande ênfase ao aspecto material e tecnológico.
“O difusionismo é uma corrente antropológica que procura explicar o desenvolvimento cultural através do processo de difusão de elementos culturais de uma cultura para outra, enfatizando a relativa raridade de novas invenções e a importância dos constantes empréstimos culturais na história da humanidade.” (Barbosa In Silva, 1982: 348), as semelhanças e diferenças culturais resultam mais da presença ou ausência dos processos de difusão do que das invenções isoladas de diferentes culturas. O difusionismo se dividiu em varias correntes teóricas, bastantes conhecidas, como o difusionismo Inglês, Alemão, e o Norte americano.
O funcionalismo surgiu como uma nova abordagem antropológica nos anos 30, preocupada em explicar os fenômenos culturais, não havia um desdém das escolas anteriores, mas sim um campo de inovação interpretativa, que passou a não mais e preocupar com as origens da cultura ou sua historia, mas com a lógica do sistema focalizado, ou seja, defendiam a visão sincrônica relacionando a sociedade á um organismo, uma unidade complexa, um todo organizado. Seus primórdios estão voltados mais para o campo da sociologia, nomes como os de Durkheim, Spencer são reconhecidos pelos antropólogos sociais que adotaram a orientação de seus estudos. O funcionalismo tem como principal representante Malinowski (1884-1942) e Radcliff-Brown (1881-1955), um Inglês e um Polonês.
O configuracionismo é a quarta linha de pensamento na seqüência histórica da antropologia, sendo uma espécie de prolongamento do difusionismo norte-americano, com sua ênfase para as culturas particulares, mas com métodos e enfoques diferentes, se destacando pela interação e singularidade do todo. Tem por tema básico a interação da cultura, ficando conhecida pela abordagem psicológica ou tipológica do comportamento cultural. Entre seus representantes se destaca Edward Sapin, que defendeu a idéia de que todo comportamento te uma configuração inconsciente, que nem sempre é comunicada á mente, mas que dá a cultura um efeito próprio. Esta escola fundamenta-se também no conceito de difusão de traços e complexos culturais. Morris E. Opler foi o principal opositor do configuracionismo, para ele o mecanismo de interação proposto não está tem uma explicação plena, existindo lacunas. Apesar das críticas o configuracionismo teve como contribuição o emprego de vários conceitos, tais como: configuração, padrões de cultura total, desenvolvimento da idéia de que todo comportamento cultural é simbólico etc.
Estruturalismo é a escola mais recente dentro da antropologia, Presottu nos diz que ela teve seu desenvolvimento paralelo ao funcionalismo e teve seu apogeu nas décadas de 1940-1950, adotando posições próprias sempre de natureza subjetiva. Muitos a tem como uma super teoria, mas segundo autor nem por isso deixa de ter seus pontos fracos. Como foi mencionado acima o desenvolvimento paralelo com o funcionalismo, tem pontos básicos próprios e concordam entre si que são: (1) Visão sincrônica da cultura, (2) Visão sistêmica e globalizante do fenômeno cultural, (3) adoção do termo estrutura, (4) Influência da escola francesa.
O estruturalismo tem como seu principal teórico Claude Lévi Strauss (1908), sendo como proeminência um dos maiores e mais discutido antropólogo social da atualidade. Strauss além das influências dos teóricos das escolas sociológicas e antropológicas que o procederam, teve interesse vivo pela Geologia, psicanálise, marxismo e pelo existencialismo de Sartre com quem tinha debates árduos. Ele deixa claro que estrutura social e relações sociais são duas noções que se confundem.
“As relações sociais são a matéria-prima empregada
Para a construção dos modelos que tornam manifesta
A própria estrutura social.”
(Lévi Strauss, 1967: 316)
Deixando claro que o objeto de estudo das pesquisas estruturais são as relações sociais com o auxilio dos modelos. Que o próprio Strauss afirma:
“... para merecer o nome de estrutura, os modelos devem,
     Exclusivamente, satisfazer quatro condições:
   (1) Oferecer um caráter sistemático.
  (2) Pertencer a um mesmo modelo transformações.
 (3) As propriedades indicadas irão prever como o modelo
Irá se comportar em caso de modificação de um dos elementos.
(4) O modelo dever ser constituído de tal forma que seu funcionamento Possa explicar todos os fatos observados.”
(Lévi-Strauss)

São varias as contribuições que o estruturalismo tem dado a compreensão do processo de formação cultural, mas iremos fazer um breve comentário sobre alguns postulados do estruturalismo de Lévi Strauss. (1) Visão Sincrônica e sistêmica da cultura. (2) Visão globalizante do fenômeno cultural. (3) Adoção das noções de estrutura social e relações sociais. (4) Utilização de modelos na analise. (5) Unidade de análise: estruturas mentais inconscientes. (6) Compreensão ampla da realidade.
 Autor: Elson Cassiano
Graduado em Historia Uern


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