O sistema de irrigação egípcio era muito diferente do sistema mesopotâmico, pois as condições naturais eram diversas nos dois casos. A cheia do Nilo é mais regular e favorável em seu processo e nas suas datas, do que a do Tigre e a do Eufrates, e também menos destruidora. Sua fase principal tem início em julho e, nos meses de maior calor, o solo arável é coberto pela água, sendo protegido enquanto é fertilizado. Quando as terras voltam a emergir, em fins de outubro, ou em novembro, é o momento adequado à semeadura. A economia egípcia baseava-se principalmente na união da agricultura e da pecuária, que, no entanto eram separadas do ponto de vista administrativo. O Egito legou-nos uma riquíssima iconografia, que nos facilita a descrição das atividades de produção e transporte. Cultivava-se principalmente o trigo duro (emmer) para o pão, a cevada para a cerveja, e o linho para o vestuário. Normalmente o a semeadura era feita na terra ainda mole, logo após o refluxo da cheia anual. O arado de madeira, bastante leve, abria os sulcos, e o gado menor pisoteava o campo para enterrar as sementes. Se à época da semeadura, a terra estivesse seca, a enxada e o arado eram utilizados para abrir sulcos, homogeneizar a terra e enterrar os grãos. Entre a semeadura e a colheita, a umidade do solo, impregnado durante a cheia, era suficiente par ao crescimento das plantas. Os camponeses podiam assim dedicar-se à produção de legumes e verduras diversas, uva para o vinho, e frutas variadas. A colheita era feita com uma foice primitiva: um crescente de madeira com lâminas de sílex inseridas, com a qual o talo dos cereais era cortado. O linho era arrancado. O grão e a palha eram arrancados fazendo-se com que o gado pisoteasse as espigas. Os grãos resultantes eram peneirados, limpos e, em seguida armazenados em celeiros. Os animais domésticos mais comuns eram os bois, asnos, carneiros, cabras, porcos, aves diversas e, após a invasão dos hicsos, os cavalos. Os bovinos eram utilizados principalmente para o tiro e para a produção de leite; a carne era um alimento de alto luxo, raramente disponível para os menos favorecidos. Os pastos, normalmente se localizavam em terras pantanosas. O rebanho era melhorado através da importação de reprodutores (da Núbia e Ásia), como na Mesopotâmia. A criação tinha duas fases: na primeira, os animais ficavam em liberdade; na segunda, eram selecionados alguns para a engorda, e encerrados. Praticava-se a pesca no Nilo, nos canais, e nos pântanos, empregando-se métodos variados (anzol, rede, nassa, arpão). O consumo popular de peixe era grande, especialmente seco. Entre os privilegiados, porém, esse consumo sofria certas limitações de cunho religioso. A caça era praticada como esporte, nos pântanos e nos desertos, para prover a mesa dos poderosos, e renovar a criação de aves.
Como se ver a urbanização, o despotismo faraônico e a demográfica do povo egípcio, fez com que houvesse um grande desenvolvimento hidráulico e como também da indústria de instrumentos para trabalhar na terra, isso fez com que o governo produzisse excedentes agrícolas, que era controlado pelo faraó.
O despotismo Egípcio era centralizado, o Faraó detinha o todo o poder do estado em suas mãos, exercia o controle sobre a economia de todo pais. Embora houvesse esse domínio político e econômico, o faraó com as diferenças locais e regionais, com um mercado consumidor diversificado, dificultava um controle total, com suas limitações era complicado exercer esse amplo controle da economia.
O sistema econômico-social do Egito pode ser divido segundo Flamarion em dois níveis: O primeiro consistia o meio burocrático e nobre da corte com a função delegada pelo Faraó de exercer autoridade e controlar os excedentes agrícolas, faziam parte desse grupo seleto as altos funcionários, os latifundiários etc. os segundo nível composto pela grande massa camponesa, tinha sua auto-produção, produziam tudo que necessitavam, isso é chamado pelo autor de unidades domesticas., os sistema de relações sociais dentro do segundo nível é bastante variável de região para região, com o predomínio dos costumes para exercer certas funções, desde que não entrasse em colisão com o poder central, pagando seus tributos, era bastante comum a paz entre o poder publico e o privado.
ELSON CASSIANO
HISTÓRIA-UERN
Um comentário:
Muito bom esse texto, parabéns para o autor.
Realmente esse texto está Maravilhoso!
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