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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Para uma Crítica da Pós-modernidade


Essa é uma proposta de trabalho da disciplina de Teoria III ministrada pela professora Margareth Rago. São idéias iniciais que ainda pretendo desenvolver melhor, não sei como. Muitos professores na universidade têm o infeliz habito de mostrar aos alunos só as partes que concordam com suas teorias, então a crítica ao ponto de vista que nos é passado quase que de modo impositivo se torna bem dificil.
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De fato nesses últimos anos a humanidade, pelo menos no que se refere a área europeificada do planeta, está vivendo um momento novo e único de sua história. É uma época diferente de outras pois prega a multiplicidade e a diversidade das formas em contraposição a ordem convergente a partir da qual os indivíduos normalmente falam. A grande diferença dessa pós-modernidade em relação aos pressupostos absolutistas seria que, enquanto esses, apesar de em grande parte das vezes reconhecer a variedade, falam a partir de um centro que consideram absoluto, os relativistas supostamente reconhecem a variedade, mas também admitem que falam apenas e somente a partir de determinado ponto de vista, a partir de uma subjetividade.
Esse posicionamento relativista deveria levar os indivíduos a estar sempre de braços bem abertos para reconhecer e lidar com a variedade, concorde ou não com determinado ponto de vista, pois desde que não haja mais nenhum centro tudo pode ser colocado num plano de igualdade, e assim, todas as formas de hierarquias são passíveis de serem questionadas. Mas infelizmente não é exatamente isso o que está acontecendo, os pós-modernos continuam tendo dificuldade em lidar com a diversidade, ou seja, com aquilo que não se parece com si próprio, mas ao contrário e paradoxalmente acabam, mesmo eles, falando a partir de seus próprios centros que consideram absolutos, tratando os assuntos a partir de polaridades moralizantes que interferem na relação entre o “eu” e o “outro”.
Meu intuito nesse trabalho é levantar questões contraditórias dentro do discurso pós-moderno e quais suas influências no campo da história. Mostrando que o próprio argumento inicial da relatividade, o de que a verdade não existe, é histórico. Esse discurso já carrega consigo dois pressupostos questionáveis, o primeiro é o de que só o que é humanamente alcançável que pode ser considerado como verdade, só existe o que se pode provar. O segundo pressuposto é o de que o homem falhou na sua tentativa de busca pela verdade. O erro humano não implica dizer necessariamente que a verdade não exista, mas simplesmente que o homem falhou ao tentar alcança-la por conta própria. O problema é que juntamos o sonho humanista na racionalidade humana com o fracasso das utopias que presenciamos recentemente. A conclusão relativista só é óbvia para aqueles que sempre creram na capacidade da humanidade, mas é algo totalmente absurdo para os que sempre duvidaram da prepotência humana.
Como é óbvio não quero nesse trabalho defender os ideais científicos ou humanistas, mas questionar se de fato esse novo período realmente pratica aquilo a que se propõe, se de fato está atento a pluralidade e diversidade, ou se a relativização é apenas uma fachada para a defesa de um novo centro absolutista e excludente. Desejo também questionar as prováveis desastrosas conseqüências desse novo ideal que se situa numa falsa oposição entre um absolutismo que é impositor (fascista) e um relativismo que é o lugar da liberdade. Esse suposto relativismo é muito enganoso e pode se tornar muito mais impositor do que os argumentos daqueles que se consideram donos da verdade, pois a linha que divide na consciência crítica aquilo que se considera relativo do que se considera universal é extremamente tênue, fácil será para esses pós-modernos absolutizarem a relatividade; e como esse centro comum é bastante limitado é possível que passe desapercebido. Do mesmo modo a noção de liberdade aqui parece bastante precária e merece maior discussão, será que liberdade é apenas a busca pela sujeição e extravasação do corpo a toda e qualquer vontade sentimental individual? Talvez por acharem agora que todas as verdades que nos rodeiam não são nada mais do que construções históricas e não possuem nada para além disso que tornaram-se cegos para ver que, como a história nos mostra, o exercício da liberdade de alguns implica na retirada da liberdade de outros.
Por fim, meu intuito é fazer um trabalho a partir de minhas anotações críticas a respeito dos autores lidos durante o curso e de outros autores que discutem a questão da pós-modernidade e suas conseqüências ao campo da História. Aqui está apenas um breve esboço das idéias gerais que procurarei desenvolver mais detalhadamente no decorrer do semestre, obviamente que buscando, sempre que possível, centrar as discussões em torno de questões relativas a disciplina da História.

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